A moda dos museus
Cinco ensaios
2005
Sinopse
Os 5 títulos que compõem este volume são, no geral, conferências em eventos sobre Museus. Embora muitas passagens dessas exposições orais tenham sido incluídas em outras publicações ou entrevistas, pesou mais a suposição de que a reunião dos textos originais num pequeno volume temático facilitaria o acesso de uma futura geração de pesquisadores àquele capítulo decisivo do capitalismo em tempos de reestruturação produtiva. O primeiro deles, uma fala por ocasião da mostra “Novas construções de museus na República federal da Alemanha”, de 1991, aborda a relação espectador-obra de arte nesses Museus, em contraste com o que ocorria nos Museus Modernos. Partindo da meditação de Adorno, motivada pelo confronto entre as posições de Valéry e Proust sobre a neutralização da obra de arte naqueles espaços, conclui que, seja como for, eles, ainda assim, justamente devido à sua neutralidade, permitiam ao visitante solitário o prazer de poder concentrar-se diante de algumas obras escolhidas. Passados 50 anos, os Novos Museus estariam longe de propiciar qualquer tipo de recolhimento, solicitando do público, no máximo, uma atenção distraída. Das múltiplas atividades oferecidas às extravagâncias arquitetônicas, esses museus mobilizam inúmeros recursos para satisfazer um novo contingente de visitantes-consumidores, ao mesmo tempo em que abrigam uma produção artística cada vez mais concebida na escala das massas, isto é, na exata medida do consumo de uma sociedade afluente. O texto intitulado não por acaso “Contaminações” resume o roteiro dessas transformações, quando diferentes ramos de atividades parecem funcionar interligados numa imensa rede de conexões igualmente “empreendedoras”, e na qual um dos ingredientes estratégicos é a circulação permanente das pessoas: museu/centro-cultural/shopping/parque-temático, do Beaubourg aos últimos exemplares do Guggenheim, quando as musas foram progressivamente cedendo lugar às massas e os museus a outros espaços, como as grandes lojas de grife – tema do texto “Da alta cultura à alta costura”. Todos esses temas são retomados na conferência final, de 2005, que analisa os efeitos desse cultural turn no “sistema das artes” e seus circuitos, da produção em série às grandes instalações.
Palavras-chave: Adorno, Animação Cultural, Autonomia da arte, Arte e Política, Beaubourg, Benjamin, Brecht, Boltanski e Chiapello, Christa Bürger, Contaminações, Curador, Era da Cultura, Era dos Museu, Experiência estética, Gehry, Guggenheim, Guy Débord, Herzog & de Meuron, Hollein, Interdisciplinaridade, J. Rifkin, J.I.Pei, J. P. Jeudy, Jameson, Lévi-Strauss, Lipovetsky, M. Botta, Moda, Museu Lasar Segall, Novos Museus, OMA – Koolhaas, P. Valéry, Paulo Mendes da Rocha, Proust, R. Meyer, Rosalind Krauss, Sistema das artes, Stirling, Thomas Krens, Transculturalismo, G. Vattimo.
Séries
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