Urbanismo em revista

Do urbanismo em fim de linha ao planejamento estratégico

2012

Autores

Otília Beatriz Fiori Arantes

Sinopse

Esta coletânea, organizada especialmente para o site sentimentodadialetica.org,  é composta, numa Primeira parte, de uma sequência de 5 textos (em geral conferências, uma delas inédita), que vão de 1993 a 2000, e que representaram inflexões importantes nos estudos da autora sobre os impasses do urbanismo: do esgotamento do modelo de planificação do Movimento Moderno, passando pelo receituário das intervenções “modestas”, logo transformadas em apologia da cidade fragmentária e até mesmo caótica, o que acabaria por recolocar na pauta a questão do planejamento, mas em novos termos — o “Planejamento Estratégico”, que começava a se impor no Brasil, com a presença entre nós dos mestres catalães. Anunciado já ao final da conferência de 2003 que abre a sequência — “Urbanismo em fim de linha” — o planejamento estratégico será finalmente esmiuçado no Simpósio Internacional sobre Espaços urbanos e exclusão socioespacial, promovido pela FAU-USP, no final de 1998, em conferência intitulada “A cultura nas novas ‘estratégias’ urbanas”, quando, possivelmente pela primeira vez entre nós, uma crítica tão ácida tenha ocorrido ao “empresariamento” urbano, próprio a este novo modelo de “gestão” das cidades. Embora tenha sido disponibilizada ao público e motivo de inúmeros debates, inclusive com um dos próprios formuladores do modelo que estávamos importando, o catalão Jordi Borja, na IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (1999), nunca antes tinha sido publicada. Uma versão resumida encontra-se em “Vendo Cidades” da mesma época. Finalmente, dentre as inúmeras palestras e textos posteriores da autora sobre o tema, escolhemos para este volume a fala no Instituo Goethe de São Paulo, em 2000, sobre as “cidades-evento” — “Cultura e transformação urbana” — primeiro esboço do ensaio que comporia o livro A cidade do pensamento único (reproduzido neste site em Cultura, poder e dinheiro na gestão das cidades).

Na segunda parte publicamos uma longa entrevista concedida a Adalberto da Silva Retto Jr. (publicada pela Vitruvius), em que, a partir do livro Berlim Barcelona, duas imagens estratégicas (Annablume, 2012), são recapituladas muitas das questões levantadas nos textos anteriores, agora focadas principalmente nas transformações ocorridas em Barcelona, por ocasião das Olimpíadas de 1992, e em Berlim pós queda do muro. Finalmente duas resenhas aparecem como apêndices. A primeira, sobre o livro de Camillo Sitte, A construção da cidade segundo princípios artísticos, publicado pela Ática em 2003 (leitura obrigatória dos contextualistas ou teóricos do lugar, referidos nos primeiros textos desta coletânea). A segunda resenha, do livro A metrópole na periferia do capitalismo (HUCITEC 1996), de Ermínia Maricato, que, paralelamente aos textos e falas aqui reunidos, traz, justamente, um complemento importante a mais, ao questionar as cidades que pretensamente estariam “dando certo”, explicitando os efeitos desastrosos da mundialização, especialmente para as cidades do capitalismo periférico.

Palavras-chave: Barcelona, Berlim, Bohigas, Borja, Camillo Sitte, Castells, Cidade caótica, Cidade fragmentária, Cidades ocasionais, Cidades periféricas, Contextualismo, Corbusier, Culturalismo de mercado, Indovina, Intervenções pontuais, Logan, Lugar, Máquina de crescimento, Molotch, Mudialização, Não-lugar, Peter Hall, Peter Eisenman, Planejamento, Planejamento estratégico, Purini, Teyssot, Urbanismo.

 

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ISBN

978-65-00-60801-4

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